Com curadoria de Sofia Marçal, “Pandemia” pretende “invadir/contagiar” o museu com obras focadas na grande crise sanitária que emergiu na China no final de 2019, incluindo os aspectos científicos relacionados com a multiplicação do vírus, bem como os seus efeitos sociais e culturais, estimulando o visitante a refletir sobre um fenómeno que alterou radicalmente os nossos padrões comportamentais e sociais. As obras presentes são uma parte da edição online da secção “Maker Art”, integrada na edição do festival que decorreu em 2020.

A inquietude do tempo, o isolamento forçado e o silêncio que se confunde com a incerteza e o medo, proporcionaram a doze artistas o pretexto para a realização destes projectos multimédia, distribuídos por todo o museu, das salas de exposição, ao átrio e zonas comuns. As obras refletem este tempo bizarro de uma forçada presença diferida e desmaterializada pela tecnologia. Um vírus e uma pandemia surgem como inesperadas causas desta desestruturação social global. A restrição súbita dos sentidos é desviada e parcialmente compensada por uma espécie de contaminação híbrida dos corpos e das sociedades pelas novas tecnologias informáticas e algoritmos digitais que, por sua vez, são materiais em uso, há pelo menos trinta anos, na arte contemporânea.